segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Luar do Sertão e suas várias versões - Marlene Dietrich e Pete Seeger

Pete Seeger, 91 anos, é um dos mais importantes representantes da música “folk” norte-americana. Ativista político, Pete tem uma obra bastante expressiva que inclui várias canções de protesto. Participou de movimentos como os da luta pelos Direitos civis norte-americanos, antimacartismo, de resistência ao fascismo, contra o bloqueio a Cuba e de oposição às guerras do Vietnã e Oriente Médio. Recentemente compôs uma canção de alerta sobre as questões ambientais, criticando a British Petrol, em razão do vazamento de petróleo no Golfo do México.

Neste vídeo, gravado em 1963, Pete, acompanhado de seu afinadíssimo banjo, entoa Luar do Sertão. A versão é cantada sem a letra, porém, antes de cantá-la, Pete explica a essência da música. Luar do Sertão também foi gravada em seu álbum "We Shall Overcome: Complete Carnegie Hall Concert".

Luar do Sertão é uma das canções brasileiras mais populares de todos os tempos. Foi gravada por grandes nomes desde o seu lançamento em 1914. A música é marcada por uma grande polêmica em torno de sua autoria.

O poeta, músico e intérprete Catulo da Paixão Cearense afirmava ser o único autor de Luar do Sertão, embora reconhecesse que a origem da canção fora inspirada num tema folclórico muito cantado no Norte, o coco “É do Maitá” ou “Meu Engenho é do Humaitá”. Porém, o amigo e admirador de Catulo, o maestro Heitor Villa-Lobos, testemunha em carta enviada a Almirante, em 1947, que “Catulo era incapaz de escrever uma célula melódica que fosse”.

O cancioneiro popular João Pernambuco reivindicava a autoria, por tê-la apresentado a Catulo. A versão mais provável de todas, segundo uma série de depoimentos da época, é a de que João Pernambuco, reconhecido por seu talento, é realmente o autor da melodia, tendo modificado a original a seu modo.

Fontes de pesquisa:
Severiano, Jairo. Uma História da Música Popular Brasileira das origens à modernidade. São Paulo: Editora 34, 2008.
http://cifrantiga3.blogspot.com/2006/03/luar-do-serto.html

A título de curiosidade, outra versão interessante é esta com Marlene Dietrich, cantando em português, no ano de 1959, em show no Golden Room do Copacabana Palace, Rio de Janeiro.


Postou Ana Lasevicius - Dir. de Comunicação

Lançamento do livro A NOIVA DO CONDUTOR


O rádio estava no auge de sua popularidade e Noel Rosa trabalhava em diversas emissoras quando, em 1935, seu parceiro Almirante propôs à Rádio Club do Brasil um programa com o mote “Como se as óperas célebres do mundo houvessem nascido aqui, no Rio...”.

Desse projeto surgem as três revistas radiofônicas compostas por Noel: as paródias “O Ladrão de Galinhas” e “O Barbeiro de Niterói”, além de “A Noiva do Condutor’, a mais elaborada delas e única com tema musical inédito, com partituras compostas em parceria com o maestro húngaro Arnold Glückmann.

Em “A Noiva do Condutor”, um namoro de portão abre espaço para os versos bem-humorados de Noel, que rapidamente nos familiariza com personagens caricatos, de traços exagerados.

A opereta transita entre o subúrbio e as elegantes avenidas do centro do Rio de Janeiro, retratando, no mesmo bonde, um cavalheiro da pomposa elite carioca e uma família suburbana cuja maior preocupação é certificar-se dos dotes do pretendente da jovem Helena.

“O amor sem nota não tem mais-valia”, afirma em certo momento o pai da noiva, deixando claro que o tom da opereta quebra a seriedade e o romantismo do enredo e que, sem fugir à regra de Noel, o que fala mais alto é a vontade de zombar dos assuntos cotidianos.

Até hoje, “A Noiva do Condutor” permanece pouco conhecida, e sua publicação não poderia ser mais oportuna: no ano em que Noel completaria seu centenário, a obra chega às livrarias em edição especial, com ilustrações de Laura Gorski. Servindo-se de recortes, a artista plástica traz ainda mais humor ao cenário, aos personagens politicamente incorretos, à ironia de diálogos e poesias. A edição vem acompanhada, ainda, por uma apresentação da jornalista e pesquisadora musical Mônica Soutelo, que contextualiza a opereta de forma concisa, possibilitando que o leitor compreenda a importância desse musical entre as criações de Noel.

Serviço:

Livro A Noiva do Condutor, de Noel Rosa

Lançamento: terça-feira, 28 de setembro, às 20 horas, no Restaurante Buttina – Rua João Moura, 976 – Pinheiros – São Paulo
Ilustrações: Laura Gorski
Apresentação: Mônica Soutelo
Projeto gráfico: Antonio Kehl
56 páginas – R$ 44

Mais informações: Editora Terceiro Nome (11) 3816-0333



Postou Laila Guilherme - Cinema Brasil

TEMPO DE VIVER

Divulgação
Hoje, 27 de setembro, é o Dia Nacional da Doação de Órgãos. Uma boa ocasião para divulgar a estreia da peça Tempo de Viver.

Escrita e protagonizada pela atriz Kely Nascimento, viúva do ator Norton Nascimento, e dirigida pelo dramaturgo Janssen Hugo Lage, a peça é uma forma humana e bem-humorada de sensibilizar para a doação de órgãos, através da arte.

No primeiro ato, o monólogo “Sonhos de Nina” conta a história de uma pianista que perdeu a visão aos 23 anos. Em meio à luta contra a esquizofrenia, a possibilidade de um transplante de córneas dá outro significado a sua vida. A peça foi escrita pelo ator e diretor Hugo Lage, que ficou conhecido no Brasil pela montagem, em 1999, de “Otelo”, de Shakespeare, produzida e interpretada pelo ator Norton Nascimento.

O segundo ato, “Adão e Eva Tempo de Viver”, retrata os conflitos cotidianos de um casal e a importância da flexibilidade na resolução de problemas por meio do diálogo e da paciência. A doação de órgãos é abordada pela analogia da doação da costela de Adão para Eva.

A carência de doadores de órgãos é ainda um grande obstáculo para a efetivação de transplantes no Brasil. Uma das muitas lições levadas pela peça é a importância de se conscientizar a família para que haja a doação. “Expressar a própria decisão em vida é fundamental porque sensibiliza os familiares, os únicos que podem autorizar a retirada dos órgãos”, explica Kely.

SERVIÇO:

Peça “Tempo de Viver”

Local: Teatro Ruth Escobar – Rua dos Ingleses, 209, Bela Vista - São Paulo
Estreia: 30 de setembro – temporada até 18 de novembro
Sessões: toda quinta-feira, às 21 horas.
Duração: 1h40
Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia)



Postou Cristina Braga – Teatro Brasil

Livre comércio é um dos desafios do próximo governo

A diminuição das barreiras comerciais será um dos grandes desafios dos próximos governantes do Brasil. A afirmação é do chefe de gabinete do diretor-geral da Organização Mundial de Comércio (OMC), o brasileiro Victor do Prado (foto). “Em primeiro lugar, essa luta deve se dar na OMC, o que o Brasil tem feito com as negociações de Doha, onde tem chances de diminuir barreiras com o mundo inteiro”, afirma Prado.

No primeiro semestre de 2010, as exportações brasileiras aumentaram quase 30%. O crescimento foi alavancado pela venda de matérias-primas, tais como petróleo, soja e ferro.

Negociações de Doha – A rodada Doha das negociações da OMC tem como objetivo diminuir as barreiras comerciais em todo o mundo, com foco no livre comércio entre países em desenvolvimento.

As discussões giram em torno da separação entre países ricos, desenvolvidos e as maiores nações em desenvolvimento (representados pelo G-20). O principal tema de controvérsias são os subsídios agrícolas, que representam uma parcela do dinheiro público destinado à produção, distribuição e vendas no setor.

O subsídio é uma espécie de “benefício” para os agricultores poderem oferecer seus produtos por preços mais baixos. Os países mais ricos podem conceder mais subsídios à agricultura interna do que os países mais pobres. A consequência disso é que as exportações dos mais pobres acabam perdendo atratividade no mercado internacional. Para o economista brasileiro, “falta apenas uma vontade política, sobretudo dos Estados Unidos e da China; falta muito pouco, apenas um último empurrão político”.


Postou Cibele Riccomini – Correspondente Internacional – Inglaterra