domingo, 12 de dezembro de 2010
Toninho Horta - Harmonia compartilhada
Quarenta anos de carreira, quase 30 discos lançados, mais de 50 músicas feitas em sua homenagem, considerado por especialistas um dos cem maiores guitarristas de jazz de todos os tempos, um sem número de fãs e admiradores em todo o mundo: Toninho Horta construiu uma trajetória não apenas vitoriosa; construiu uma obra única, pessoal, sua marca no mundo. Tornou-se referência respeitada internacionalmente mantendo-se fiel à qualidade, tanto em suas próprias criações quanto participando de projetos de outros músicos.
O livro Toninho Horta – Harmonia compartilhada conta essa trajetória desde antes de sua importante participação no Clube da esquina, esse disco antológico da música brasileira, fala de sua forte atuação no Brasil, faz um extenso périplo por países, da América, Europa e Ásia até chegar a seus trabalhos mais recentes. E fala também de sua formação musical desde a infância, generosa, familiar, aberta à diversidade. Traz também declarações de caráter pessoal, que dão a dimensão humana desse extraordinário profissional da música.
Escrito por Maria Tereza Arruda Campos, o livro pretende não só registrar essa trajetória de sucesso como divulgar a excelência da obra do compositor mineiro. “Como vários outros músicos brasileiros, Toninho é menos reconhecido do que merece no Brasil; tem em alguns países mais desse reconhecimento do que, na minha opinião, o Brasil e a cultura brasileira deve a esse extraordinário compositor, arranjador e mestre mineiro” – afirma a autora. Ela espera também divulgar os muitos projetos que Toninho acalenta há anos. “Toninho é um homem de projetos, alguns de grande envergadura, como o Livrão da música brasileira, que tinha de ser publicado pelo significado que tem não só para a música de qualidade do nosso país, mas para nossa cultura em geral” – ela afirma.
O livro faz parte da Coleção Aplauso, editada pela Imprensa Oficial de S. Paulo. Com cerca de 260 títulos, a coleção registra a trajetória de alguns dos mais importantes artistas de cinema, TV, teatro e música do Brasil. Trata-se de uma reconhecida contribuição à cultura de um país em que a memória nem sempre é devidamente registrada e valorizada.
Sobre a autora – Maria Tereza nasceu em Presidente Prudente, formou-se em Letras no final dos anos 70. Deu aulas por cerca de 10 anos, trabalho que dividiu com intensa atividade editorial. Coordenou a coleção Preto no branco, que a Brasiliense publicou nos anos 80 no intuito de falar com o jovem sobre a realidade brasileira por meio da ficção. Atua como curadora de projetos culturais e editora, desenvolvendo projetos editoriais. Tem publicados Lima Barreto, Arte, cultura, literatura (em co-autoria), ambos pela Ática, e Sá e Guarabyra: roteiros de viagem, pela Rioarte. Apaixonada por música desde que nasceu, teve a oportunidade de trabalhar brevemente como programadora e autora de roteiros de programas musicais para a Rádio USP.
Livro Toninho Horta - Harmonia Compartilhada
Lançamento na Livraria da Vila
Endereço: Rua Fradique Coutinho, 915 – Vila Madalena – São Paulo
Data: quarta-feira, 15 de dezembro, a partir das 19 horas
Toninho Horta estará presente para autografar inclusive o novo CD, Harmonia e Vozes.
Postou Laila Guilherme – Cinema Brasil
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100 ANOS DE NOEL ROSA
Noel de Medeiros Rosa, cantor, compositor, bandolinista e violonista. 11/12/1910 , Rio de Janeiro, RJ - 04/05/1937, Rio de Janeiro, RJ.
O pai, Manuel Garcia de Medeiros Rosa, era comerciante, e a mãe, Martha de Medeiros Rosa, professora. O único irmão, Hélio de Medeiros Rosa, era 4 anos mais novo.
Proveniente de uma família de classe média baixa, Noel carregaria pelo resto de sua vida as marcas de um parto forçado que lhe causara fratura e afundamento do maxilar inferior, além de ligeira paralisia facial no lado direito do rosto. Foi operado aos 6 anos e, aos 12, colocou uma prótese.
De 1913 a 1928 Noel estudou no tradicional colégio São Bento. Nessa época, por mau gosto dos colegas, recebeu o apelido de "queixinho".
Aos 13 anos aprendeu a tocar bandolim de ouvido, com a mãe, fato marcante em sua vida, pois a partir daí, percebera que a sua grande habilidade instrumental tornava-o importante diante de outras pessoas. Do bandolim para o violão, foi um passo. Em 1925, dominava completamente o instrumento, participando ativamente das serenatas do bairro.
Primeiros acordes - Enquanto Noel ensaiava os primeiros acordes musicais, estava em voga a música nordestina e os conjuntos sertanejos. O garoto logo se interessou pelas canções, toadas e emboladas da época. Acompanhando a novidade, um grupo de estudantes do Colégio Batista e mais alguns moradores do bairro de Vila Isabel formaram um conjunto musical, denominado "Flor do Tempo". Reformulado para gravar em 1929, o grupo passou a se chamar "Bando de Tangarás". Alguns de seus componentes se tornariam mais tarde grandes expoentes de nossa música: João de Barro, Almirante, e Noel, que já era um bom violonista.
Ainda em 1929, compôs as suas primeiras músicas. Dentre elas a embolada Minha viola e a toada Festa no céu. Em 1930, conheceu seu primeiro grande sucesso Com que roupa, apresentado em espetáculos do Cinema Eldorado. Já se podia notar sua veia humorística e irônica, além da crônica da vida carioca, marcante em toda a sua obra. Em 1931 ainda compunha músicas sertanejas como Mardade de cabocla e Sinhá Ritinha, optando depois definitivamente pelo samba. Em apenas 8 anos de atividade compôs 259 músicas e teve mais de 50 parceiros.
Em 1931 entrou para a faculdade de Medicina, sem, no entanto, abandonar o violão e a boemia. O samba falou mais alto pois largou o curso meses depois.
A partir de 1933 travou a famosa polêmica musical com o compositor Wilson Batista.
Nesse mesmo ano conheceu sua futura esposa, Lindaura, que quase lhe deu um filho: ao cair de uma goiabeira no quintal de sua casa, Lindaura perdeu o bebê.
Enganando a doença - Apesar de fortes problemas pulmonares, Noel não largava a bebida e, com bom humor e ironia, formulou uma teoria a respeito do consumo de cerveja gelada. Segundo ele, a temperatura fria da cerveja acabava paralisando os micróbios, livrando-o da tosse. Com isso, ia ludibriando os amigos e a si mesmo.
Por essa ocasião Noel precisou transferir-se para Belo Horizonte devido à lesão pulmonar que o acometera subitamente. A capital mineira tornara-se o local ideal para o tratamento prolongado. Lá não havia bares, nem botequins ou as estações de rádio que Noel freqüentava tanto.
A viagem à capital mineira surtiu efeito temporariamente; Noel havia engordado 5 quilos e apresentava sinais de melhora. Entretanto, a boemia falou mais alto. Não tardaria muito para que o compositor descobrisse os segredos da vida noturna da capital mineira, entregando-se novamente às cantorias e bebedeiras. Noel e a esposa estavam instalados na casa de tios que, ao descobrirem as saídas noturnas às escondidas de Noel, mandaram o casal de volta ao Rio.
Nos últimos meses de 1936, Noel não mais saía, preferindo evitar as pessoas, sobretudo as que o questionavam sobre o seu estado de saúde. A única pessoa que o poeta visitava era o sambista e compositor Cartola, lá no morro.
No início de 1937, numa outra tentativa de recuperação, Noel e Lindaura rumaram para Nova Friburgo, em busca do ar puro da montanha. Em vão, pois Noel se deprimia, sentindo falta da Vila Isabel.
Ao voltar para o Rio, a doença já havia o tomado por inteiro; sentia-se fraco, melancólico, apático. Alguns amigos sugeriram-lhe que passasse uns tempos na tranqüila cidade de Piraí (RJ). Mais uma vez, o casal partiu rapidamente, mas, certa noite, Noel sentiu-se muito mal, tendo que retornar às pressas para casa. Já se sabia que o poeta se encontrava em fase terminal. Na noite de 4 de maio deste mesmo ano, nos braços de Lindaura, em seu quarto no chalé, Noel veio a falecer de tuberculose aos 26 anos de idade. A notícia não pegou ninguém de sobressalto, pois, a essa altura, a sua morte já era dada como certa.
Fonte: http://www.geocities.com/
Postado por Alcides Martins Fontes Júnior
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