Zuza Homem de Mello, conta em seu livro “ A Canção do Tempo” – 85 anos de músicas brasileiras – volume 2: 1958 – 1985, sobre a música “ Aquele Abraço” de Gilberto Gil.
Em dezembro de 1968, no auge da repressão desencadeada pelo AI-5 (Ato Institucional nº 5), no dia 13 de dezembro, Caetano Veloso e Gilberto Gil foram presos e recolhidos a um quartel do Exército no subúrbio de Deodoro, no Rio de Janeiro.
Meses depois, confinados na Bahia, os dois tiveram permissão da “ditadura” para exilar-se em Londres. Desse episódio nasceu a música “Aquele Abraço”, uma composição em que Gil despede-se do Rio de Janeiro e do povo brasileiro em versos bem humorados cantados.
No livro “ Todas as Letras” , o compositor conta que começou a fazer a canção na casa de Mariah Costa, mãe de Gal Costa numa visita ao Rio, quando negociava a liberação para o exílio .
No avião, de volta para Salvador, ele a completou sobre uma melodia fácil para não esquecê-la. Quanto ao mote “aquele abraço”, esclarece: “ era assim que os soldados me saudavam no quartel”.
O que Gil desconhecia era o fato da expressão ter sido popularizada num programa humorístico da TV Tupi canal 6 do Rio, onde o comediante Lilíco, usava o bordão no programa de televisão.
“Aquele Abraço” permaneceu durante dois meses em primeiro lugar nas paradas de sucesso e é a composição mais executada de Gilberto Gil.
Alcides Martins Fontes Júnior - jornalista
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