O relator das Nações Unidas sobre execuções extrajudiciais, Philip Alston, elogiou os esforços de governos e administrações estaduais brasileiras, particularmente Rio de Janeiro, São Paulo e Pernambuco, por terem prendido policiais envolvidos em crimes, após intensas e prolongadas investigações sobre esquadrões da morte.
No relatório 2010, que analisa o período de 2003 a 2009, divulgado esta semana, Alston diz que alguns policiais atuam em esquadrões da morte e pequenas milícias, e se fazem passar por “justiceiros” ou “mercenários”, muitas vezes permanecendo impunes - apesar dos esforços ressaltados na mesma pesquisa.
De acordo com o estudo de Alston, algumas mortes creditadas a tais agentes seriam acobertadas ou justificadas pela “autodefesa”. Em seu relato, conclui que assassinatos e violência causados por facções criminosas, milícias, esquadrões da morte e policiais são parte integrante do cotidiano de muitos brasileiros, inclusive durante operações mal planejadas, principalmente em favelas.
Postou Cibele Riccomini – Correspondente Internacional – Inglaterra.
O novo filme de Oliver Stone, o documentário Ao Sul da Fronteira, tem o objetivo de mostrar aos norte-americanos quem são os seus vizinhos – segundo definição do próprio diretor. Polêmico, Stone fez grandes sucessos, incluindo Platoon, Alexandre, JFK, Wall Street e Nascido em 4 de Julho, entre muitos outros.
Sua visita ao Brasil para lançar o filme teve de tudo: atraso no voo e falta de visto – que o impediu de cumprir a agenda programada para segunda-feira, em São Paulo. Resultado: ele deixou o público esperando na Faap, chegou no fim da sessão para convidados, conversou rapidamente, jantou e se recolheu ao hotel, para prosseguir com a agenda do dia seguinte, quando se encontraria com Dilma Rousseff em Brasília.
Terça, foi lançar o filme em Cochabamba, na Bolívia. Quarta, esteve em Buenos Aires, onde recebeu da presidente Cristina Kirchner uma camisa da seleção. Os contratempos ocorreram apesar de Stone ter feito o tour de promoção de seu documentário pela América do Sul a bordo de um jato privado.
Opiniões - “Corajoso, intrigante”, segundo a revista Time Out (Londres); “...excitante jornada de Oliver Stone através das reformas políticas da América do Sul”, segundo The Observer; “... Agradável, com rompantes instantâneos dos presidentes da Venezuela, Bolívia e Argentina, contrastando com a maneira que esses governos de esquerda frequentemente são retratados pela política norte-americana e pelos veículos de mídia”, segundo o Los Angeles Times.
Essas são algumas observações sobre Ao Sul da Fronteira, em que saiu do gênero “ficção sobre fatos reais” para fazer um documentário em que ele próprio aparece. Para alguns, chega a ser panfletário, e demonstra espantosa simpatia e condescendência para com governos de esquerda radical, como os de Evo Morales (Bolívia), Hugo Chávez (Venezuela) e Raul Castro (Cuba), herdeiro do governo Fidel.
Mais uma vez, usa sua habilidade para criar empatia com os personagens. A “fronteira” do título refere-se aos Estados Unidos, que na visão de Stone parecem ser o grande vilão imperialista, mas uma fronteira que países da América do Sul vêm tentando romper a cada dia. Stone questiona se Chávez é de fato uma força antiamericana, como a mídia o faz parecer. A dúvida é do cineasta, mas as respostas são dadas por Evo, Cristina Kirchner, Fernando Lugo (Paraguai), Rafael Correa (Equador) e até pelo presidente Lula. “Cada um deles foi extremamente positivo com relação a Chávez”, explica Oliver Stone.
Resta conferir pra saber as respostas a essa dúvida.
Ouça aqui o boletim especial da nossa correspondente internacional na Inglaterra, Cibele Riccomini, sobre a escolha do COI para o Rio de Janeiro sediar as Olimpíadas de 2016.