sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Casa Guilherme de Almeida reabre após reforma

‘Casa da Colina’ pode ser visitada a partir deste sábado
O governo do Estado de São Paulo reabre as portas da Casa Guilherme de Almeida neste sábado (11), para visitação pública e atividades voltadas à literatura. Inaugurado em 1979, o museu estava fechado desde setembro de 2006 para reestruturação e obras de adequação realizadas pela Secretaria da Cultura.

Os projetos arquitetônico e museográfico redefiniram a identidade visual do museu e o entorno da casa, oferecendo maior destaque ao acervo, em consonância com a arquitetura do local. A Casa Guilherme de Almeida também foi equipada para atender pessoas com necessidades especiais e mobilidade reduzida.

Considerada o primeiro museu-casa biográfico e literário da cidade de São Paulo, a Casa funciona na antiga residência do poeta, tradutor, jornalista, crítico e advogado paulista Guilherme de Almeida (1890-1969). Durante o período em que esteve fechada, teve atividades culturais transferidas para a Casa das Rosas, na Avenida Paulista.

Foi realizada nova e completa catalogação do acervo, inclusive da biblioteca (cuja relação de títulos poderá ser consultada pela internet), e foram executadas ações de restauro de obras e objetos.

A Casa reabre com dupla identidade e função: além de ser Museu Biográfico e Literário, possui um Centro de Estudos de Tradução Literária, em sintonia com uma das principais atividades de Guilherme de Almeida, cujas traduções são consideradas modelares pela crítica. O Centro de Estudos tem realizado atividades desde março de 2009, na Casa das Rosas e no Museu da Língua Portuguesa.

Casa da Colina – O sobrado da rua Macapá, no Pacaembu, foi projetado pelo arquiteto Sílvio Jaguaribe Ekman em 1944. Lá, Guilherme de Almeida residiu de 1946 até sua morte, ao lado da esposa Baby. Lar, refúgio intelectual e ponto de encontro da inteligência artístico-literária paulistana, o imóvel era chamado pelo poeta de “Casa da Colina”.

O museu abriga raridades, como livros, quadros e objetos que o poeta e a esposa colecionaram durante sua vida. Merece destaque o conjunto de telas assinadas por pintores como Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Lasar Segall, Gomide, Tarsila do Amaral e Samson Flexor. Entre as esculturas que integram o acervo, vale destacar a peça em bronze criada por Brecheret intitulada “Sóror Dolorosa” (mesmo nome de um poema de Almeida) – exposta durante a Semana de Arte Moderna de 1922. Litografias de Rugendas, desenhos, aquarelas e iluminuras, de diversos artistas brasileiros, compõem os ambientes.

Outras preciosidades são os documentos e os cerca de 5,5 mil livros do poeta, incluindo-se o conjunto de obras publicadas por ele, em sua primeira edição. Entre os livros raros encontra-se um volume em pergaminho, do século XVII, e um exemplar da quinta reimpressão da primeira edição de “Ulysses”, de James Joyce, além de primeiras edições com dedicatória de livros de nossos maiores escritores como Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Guimarães Rosa.
Eventos - Na reabertura da Casa Guilherme de Almeida, um dos eventos é o lançamento de dois volumes da Coleção Estudos & Fontes, organizada pelo museu: Margem, último livro de poemas, inédito, de Guilherme de Almeida, e Poética de Os sertões, contendo o artigo “A poesia d'Os sertões” (1946), de Guilherme de Almeida, e “Transertões”, de Augusto de Campos. O poeta Augusto de Campos lerá alguns poemas elaborados a partir da obra de Euclides da Cunha.

Casa Guilherme de Almeida

Endereço: Rua Macapá, 187, Pacaembu – Telefones: (11) 3673-1883 / 3672-1391
Reabertura: sábado, dia 11, a partir das 11h30
Horários: De terça a domingo, das 10h às 17h. (Visitas espontâneas: quartas, sextas, sábados e domingos; visitas agendadas: terças e quintas).
As visitas são realizadas em grupos de quatro pessoas, em razão do pequeno espaço interno de circulação.
ENTRADA FRANCA