O morto mais vivo do cinema

Christian Cravo / divulgação

Em Quincas Berro D’Água, Paulo José passa a maior parte do tempo nos braços dos amigos, percorrendo a cidade, bem mortinho. Mas de vez em quando se entreveem leves sorrisos safados em seus lábios, bem ao estilo dos bizarros personagens de Jorge Amado, como no livro “A Morte e a Morte de Quincas Berro D’Água”.

O brilho do filme vem da direção do cineasta baiano Sérgio Machado (de Cidade Baixa), da locação no preservado centro histórico de Salvador, principalmente o Pelourinho e, claro, das atuações. Como os coadjuvantes Marieta Severo, Mariana Ximenes, Milton Gonçalves, Vladimir Brichta e Valderez de Barros. Sem contar os atores que fazem os divertidos amigos de Quincas (Flávio Bauraqui, Luís Miranda, Irandhir Santos e Frank Menezes), que roubam o corpo do velório para rodar com ele por seus lugares favoritos na cidade.

Joaquim é o funcionário público modelo dos anos 50, que se cansa da mulher e da filha, abandonando-as em troca de uma vida boêmia nas noites de Salvador, transformando-se no vagabundo cachaceiro Quincas. Quando morre no dia do aniversário, a filha ainda tenta manter a mentira de que seu pai era um comendador que vivia no exterior.

Na TV Globo, Quincas foi interpretado por Paulo Gracindo, em adaptação e direção de Walter Avancini para um Caso Especial, em 1978.

Ativo aos 73 - Paulo José faz jus ao papel, narrando a trajetória do personagem e suas impressões sobre tudo o que “vê” depois de morto. Mais atuante do que nunca aos 73 anos, é presença constante em pequenos e grandes filmes, como ator ou narrador, e em peças teatrais. Ele declarou recentemente que, apesar de sofrer do mal de Parkinson há 17 anos, exercícios de reabilitação que costuma fazer o deixam apto a qualquer papel – dentro dos limites da idade, claro. E que, se depender dele, continuará muito ativo. Tanto que dispensou o boneco que fizeram para substituí-lo em cenas difíceis, fazendo questão de aparecer em todas elas.

Dos filmes nacionais da atualidade, com certeza está entre os imperdíveis.

Postou Laila Guilherme - Cinema Brasil

Lula faz giro de 10 dias pela África para abrir novas fronteiras entre os dois continentes

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, está visitando o continente africano, onde deve passar por seis países e tentar estreitar as relações comerciais entre os dois continentes.

Nesta segunda-feira, o mandatário brasileiro visita a Guiné Equatorial, com o objetivo de conquistar novos espaços para o Brasil na África, e acirrar a competição entre os países emergentes que já têm influência na região, como é o caso da China.

O embaixador da área comercial do Itamaraty, Norton Rapesta, afirmou que os interesses do Brasil na Guiné Equatorial não giram em torno da exploração petroleira, mas estão centrados na venda de máquinas, equipamentos mecânicos e outros produtos que possuem valor agregado mais elevado. De acordo com dados do governo britânico, o país produzia 17 mil barris diarios de petróleo em 1996 e passou a gerar cerca de 400 mil barris em menos de uma década, o que registrou um dos mais altos níveis de crescimento em todo o continente africano.

A delegação que acompanha o presidente Lula é formada por 30 empresários, focados em promover acordos bilaterais na área de infraestrutura, construção de estradas e de uma infraestrutura para o Campeonato Africano das Nações, em 2012. Também integram a comitiva os ministros das Relações Exteriores, Celso Amorim, da Secretaria de Comunicação Social, Franklin Martins, da Secretaria de Igualdade Racial, Eloy Ferreira, do Esporte, Orlando Silva, e das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

Na tarde de hoje, Lula deixará a Guiné e dará continuidade à sua viagem pelo continente africano, visitando Quênia, Tanzânia e Africa do Sul, onde deve participar dos eventos da Fifa referentes ao lançamento da Copa do Mundo no Brasil em 2014.

Postou Cibele Riccomini – Correspondente Internacional – Inglaterra