sexta-feira, 28 de maio de 2010

Ismael Silva

O sambista Ismael Silva, sobe a  Ladeira da Penha, em outubro de 1957.

Ismael Silva  nasceu em Niterói, Rio de Janeiro, em 1905. Aos quinze anos compôs sua primeira música, "Já desisti". No final da década de 20 as suas composições eram as mais tocadas nas rádios, principalmente nas vozes de Francisco Alves e de Mario Reis.

Entre os parceiros de Ismael figuram Noel Rosa, Nilton Bastos e Lamartine Babo.

O compositor Ismael Silva foi quem deu forma ao samba que desceu o morro, o samba de rua, urbano:
O samba mesmo nasce de uma necessidade rítmica que nos permite cantar, dançar e desfilar ao mesmo tempo.”

Quando falamos de samba sabemos que quem dá forma dá conteúdo.

Ismael Silva deu ao samba um ritmo mais marcado e cadenciado, ao introduzir instrumentos de percussão, que facilitaram a evolução dos foliões.
Em 1928, Ismael Silva, fundou com os bambas do Estácio a primeira escola de samba, a Deixa Falar.

"Pois bem: aqui está a escola de samba. Milhões de pessoas. Um solista. Quando o samba entra na segunda parte, entra o solista. Como é que, naquela confusão toda, o pessoal vai saber quando deve atacar a primeira parte novamente? Aí é que entra o surdo, que dá aquelas duas porradas fortes e o pessoal entra maciço, certinho.
Estamos aí – o samba é o retrato da nação, nossas histórias são contadas pelos versos, sentidas pelo levar dos instrumentos. Amanhã acontecerá de novo.
Anote ainda duas coisinhas mais aí: o samba provocou a substituição da música européia pela de origem africana, na sociedade brasileira e mais: quando é que a gente poderia imaginar que aquelas brincadeiras fossem dar nisso? Uma coisa de esquina encher avenida? Hoje isso não é mais escola. É universidade, é academia, é faculdade, sei lá! A festa maior. Que coisa”
Ismael Silva faleceu em 1978.
"Dizem que o sucesso de minhas músicas é eterno; que meu nome é uma legenda. E eu estou aqui. Vocês vêem: estas mesas, minha bengala, o time do América de onde tiramos as cores da Deixa Falar – vermelho e branco –, meu terno branco, já gasto – tudo é a imagem do sambista. Ontem ainda vieram me chamar para um circuito universitário, cantar para os jovens. Minha música está aí, falando para quem deseja, com o mesmo vigor de sempre...


Postou Ana Lasevicius - Dir. Comunicação

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