E continua a boa fase de documentários brasileiros. Desta vez, sobre o irreverente grupo carioca Dzi Croquetes, que fez sucesso nos anos 1970, e agora é resgatado do esquecimento. Com muita purpurina, os Dzi Croquettes desafiaram a censura do regime militar. Ícones da liberdade de expressão e do movimento gay, seus integrantes fizeram sucesso também na Europa, e influenciaram muitos artistas da época.
O grupo era liderado pelo ator Wagner Ribeiro e pelo coreógrafo americano Lennie Dale, e tinha treze integrantes, entre os quais Paulette, Cláudio Tovar e Cláudio Gaia. Eles se apresentavam vestidos de mulher ou em trajes mínimos, sem se preocupar em esconder barbas ou pernas peludas. Sob o lema “o amor constrói”, misturavam dança e canções, sempre com uma boa dose de deboche e crítica social e política, em espetáculos criados coletivamente.
O filme exibe muitas fotos e raras imagens em super-8, revelando histórias de bastidores, ilustradas por depoimentos de pessoas que conviveram com o grupo, entre elas o cantor Ney Matogrosso, a atriz Marília Pêra, o jornalista Nelson Motta e a estrela Liza Minelli, madrinha da carreira internacional do grupo.
Dirigido por Raphael Alvarez e Tatiana Issa – filha do cenógrafo Américo Issa, que integrava o grupo –, o filme Dzi Croquetes foi premiado pelo público na Mostra Internacional de São Paulo do ano passado, e também por júri e público no Festival de Cinema do Rio.
Em São Paulo, está em cartaz nos cines Belas Artes, Frei Caneca Unibanco Arteplex e Reserva Cultural.
Postou Laila Guilherme – Cinema Brasil
sexta-feira, 23 de julho de 2010
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