Quando a roqueira Rita Lee foi presa em 1976 por porte de drogas, Elis mandou um bilhete carinhoso à “nova amiga” .
Rita. Beijos. Beijos. Beijos. To aporrinhada. Gosto muito de você. Desde muito tempo. Não quero falar muito. Que a gente nunca sabe. Mas dentro do possível queria que você continuasse pensando em altos níveis. Que você se mantivesse calma. Muita calma. Que ninguém é bobo e todo mundo saca tudo. Te vi ontem, de passagem. Cabelo Vermelho. Olhos idem de choro.
Chorei junto, porque te gosto. Porque te saco. E porque me lembro do inverso. Você rindo, dançando, robertocarleando, dando tudo de si, amando. Tudo igual. Que nem nós todos amando, nos danando porque amamos. Somos da paz. Somos de risos, somos de sossego. Vou te ver! Juro. Fui hoje e João meu pequeno, se grilou. Por isso me mandei. Amanhã, depois, qualquer hora a gente vai se encontrar. Dentro ou fora a gente vai se reencontrar! Até já! Nós todos te amamos. E estaremos com vocês todos ! Beijos. Beijos. Beijos!
Quando Rita saiu da prisão, ninguém queria convida-la para trabalhar. Elis enfrentou o então marido César Camargo Mariano, que não concordava com a participação da roqueira e, encaixou a amiga no especial da TV Bandeirantes: e cantaram juntas “ Doce Pimenta”, composta por Rita. Elis era agitada, às vezes nervosa, porém foi a amiga descobridora de valores que lançou os grandes nomes que estão por aí como: Milton Nascimento, Renato Teixeira entre outros. Elis além de excepcional cantora foi exemplo da garra onde na música “ Maria Maria” de Milton Nascimento retrata bem o que ela era: “ Mais é preciso ter força; é preciso ter raça; é preciso ter sonho sempre. Quem traz na pele essa força, possui a estranha mania de ter fé na vida”.
Postado por Alcides Martins Fontes Júnior - jornalista
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