O Brasil pretende assumir o posto de protagonista da Conferência das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (COP-10), que acontecerá entre os dias 18 e 29 de outubro, em Nagoya, no Japão. O objetivo é tentar encontrar soluções que possam surtir efeito rápido ou pelo menos de médio prazo para evitar novos colapsos ambientais ao redor do planeta.
Neste Ano Internacional da Biodiversidade – estabelecido pela ONU – o encontro no Japão reunirá as nações megadiversas; grupo dos 17 países que abrigam a maioria das espécies da Terra, detendo cerca de 70% de toda a biodiversidade do planeta. O Brasil ocupa posição de destaque entre os membros do grupo. Ainda farão parte da COP-10 as principais potências e cerca de outros cem países.
O Brasil defenderá a bandeira da repartição de benefícios do patrimônio genético da biodiversidade, que deve gerar controvérsias. O ganho financeiro obtido por meio da exploração da biodiversidade é um terreno mais do que arenoso. No caso do cupuaçu, por exemplo, um pedido de patente registrado no exterior por uma empresa japonesa foi denunciado por entidades ambientalistas. As aplicações do produto, há muito tempo, já são de domínio dos índios e das comunidades tradicionais amazônicas.
Declínio de biodiversidade – De acordo com o relatório oficial do Panorama da Biodiversidade Global (GBO3), divulgado em maio deste ano, nenhum país cumpriu integralmente as metas de redução da perda de biodiversidade em seus territórios, entre 2002 e 2010.
Entre 1970 e 2006, o número de espécies de vertebrados sofreu um declínio de 30% em todo o planeta; 40% das espécies de aves e 42% dos anfíbios apresentam população reduzida. Para reverter esse quadro, seriam necessários aproximadamente US$ 45 bilhões por ano. De acordo com dados da World Conservation Union (União Mundial de Conservação), a ação do homem provoca 0,2% da perda média de todos os anos, que ocorre ainda por queimadas e desmatamentos.
O Brasil é citado como exemplo na questão de áreas protegidas: dos 700 mil quilômetros quadrados transformados em áreas de proteção no planeta desde 2003, quase três quartos estão em solo brasileiro, resultado do Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa).
Postou Cibele Riccomini – Correspondente Internacional – Inglaterra
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