sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Meta da Unesco para o analfabetismo é pouco realista

Moisés Souza
A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) admite que a meta para reduzir o analfabetismo pela metade até 2015 está longe de ser alcançada. Será necessária muita cooperação política para os 53 países que possuem altas taxas de analfabetismo; entre os quais figura o Brasil.

Atualmente, existem 796 milhões de pessoas que não sabem ler e escrever no mundo. 65% desse total são meninas e mulheres. A Unesco chama a atenção para a situação feminina na agenda global de desenvolvimento.

Para se ter uma ideia do problema, as meninas correspondem a mais da metade de todas as crianças que não estão matriculadas em escolas. A África, o Oeste e o Sul Asiático ainda concentram o maior número de iletrados.

A meta proposta pela organização poderia ser alcancada com mais facilidade se houvesse maior conscientização sobre o impacto positivo que o combate ao analfabetismo traria em termos de produtividade e prosperidade em vários países.

Apesar de o Brasil estar longe de alcançar a meta para 2015, a Unesco destaca que foram registrados importantes avanços nas últimas duas décadas. A redução da quantidade de pessoas que não sabem ler e escrever no país alcançou 2,9% no decorrer de sete anos. Os analfabetos representavam em 2006, 10,5% da população, sendo que a maioria vive em zonas remotas e na região Nordeste.

O problema também afeta os países desenvolvidos. Na Grã-Bretanha, por exemplo, 15% da população escreve e lê como um estudante de 11 anos. Já nos Estados Unidos, 14% dos americanos não compreendem artigos de jornais ou manuais de instruções.


Postou Cibele Riccomini – Correspondente Internacional – Inglaterra

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